sexta-feira, fevereiro 19

Better Men, where are you?



Não sei quantas montanhas já se moveram, nem sei quantos mares já secaram, ou quantas estrelas deixaram de brilhar. Muito menos sei à quantos dias não brilha o Sol, neste canto isolado do mundo, onde os dias teimam em suceder, um após o outro, num turbilhão de melancolia e monotonia.

Não sei à quantos dias começou, muito menos sei quantos faltam para acabar. Perdi a noção do tempo. Neste momento, se viessem a este lugar isolado, pedir-me uma definição, seria infindável. A única coisa que me limito a fazer, além de vaguear por essas favelas fora, é anotar um traço, com uma pedra argilosa, na negra parede deste quarto. Algo que não serve de nada, mas que teimo em fazer, mesmo não tendo nenhuma noção de que serve, e sabendo que provavelmente, não servirá mesmo de nada.

Acho que tudo seria eximiamente controlável. O fundo do poço é já aqui. Mais para baixo não quero ir; nem posso, pelo que a melhor alternativa a tudo era ouvir o não, seco, quadrado, e imponente. Ao bater, poderia despoletar um ruído tremendo, que fizesse todas as pedras que compõem aquele poço, palmo a palmo, desmoronarem-se, e, possivelmente, permitir a saída, para fora, para um sítio melhor, com luzes, e com cores. E com ar.

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